PF desmantela esquema de corrupção e assédio sexual na saúde indígena em Barra do Garças

Os policiais cumprem 14 medidas cautelares nas cidades de Barra do Garças, Paranatinga e Aragarças (GO)


Por Rota Araguaia em 18/09/2024 às 10:02 hs

PF desmantela esquema de corrupção e assédio sexual na saúde indígena em Barra do Garças
Reprodução

Redação

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (18), a Operação Kalasiris, com o objetivo de desmantelar um esquema de corrupção e assédio sexual no órgão responsável pela gestão da saúde indígena. A investigação revelou que gestores e conselheiros indígenas do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante, em Mato Grosso, exigiam dinheiro e favores ilícitos, incluindo imagens íntimas, para manter a contratação de profissionais de saúde, como enfermeiras, que trabalhavam sob vínculos precários.

A operação, que ocorreu nas cidades de Barra do Garças (MT), Paranatinga (MT) e Aragarças (GO), cumpriu 14 mandados, sendo um de prisão preventiva, duas suspensões de funções públicas e 11 de busca e apreensão. As medidas foram autorizadas pela Justiça Federal de Barra do Garças.

Esquema de corrupção e assédio

De acordo com a Polícia Federal, os responsáveis pela contratação dos agentes de saúde exigiam, além de quantias em dinheiro, favores sexuais. As enfermeiras contratadas, muitas delas em condições vulneráveis, eram pressionadas a enviar fotos íntimas para garantir a continuidade de seus contratos. A chantagem criou um ambiente de trabalho humilhante e inseguro, levando várias vítimas a procurar a Polícia Federal por medo de retaliações.

Aquelas que recusavam atender às demandas ilegais eram submetidas a retaliações, como transferências forçadas e demissões injustificadas, baseadas em avaliações de desempenho manipuladas. Esse esquema gerou um clima de medo e insegurança entre os profissionais de saúde.

Além disso, a investigação revelou que o esquema envolvia também fraudes administrativas, como a criação de um falso censo populacional indígena para justificar a abertura de novas vagas para contratação de pessoal, o que beneficiava o grupo criminoso.

Nome da operação

O nome da operação, Kalasiris, faz alusão a uma vestimenta feminina utilizada na antiguidade, caracterizada por ser transparente e presa aos ombros, deixando partes do corpo expostas. No contexto da operação, o termo remete à exigência de fotos íntimas das enfermeiras como uma das condições impostas para que permanecessem em suas funções junto à saúde indígena.

A Polícia Federal segue investigando o caso, e outras fases da operação podem ser deflagradas conforme o avanço das apurações. O caso reforça a necessidade de vigilância sobre a gestão dos serviços públicos, especialmente em áreas sensíveis como a saúde indígena, que demanda transparência e ética.



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