Redação
O Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com uma ação para cassar o mandato do prefeito reeleito de Brasnorte, Edelo Marcelo Ferrari (União), por suspeitas de compra de votos, transferência irregular de domicílio eleitoral e influência no resultado das eleições municipais. A ação foi protocolada na última terça-feira (17) pelo promotor Jacques de Barros Lopes.
Segundo a denúncia, a chapa de Edelo Ferrari teria oferecido dinheiro, medicamentos, fraldas descartáveis e até frangos congelados para conquistar votos, especialmente de indígenas da etnia Enawene Nawe. Também há relatos de que a campanha teria custeado transporte irregular de eleitores indígenas, com um gasto de R$ 17 mil em fretamento de ônibus para levá-los às urnas, além de R$ 20 mil supostamente divididos entre os eleitores no dia da votação.
Além do prefeito, a ação também cita a vice-prefeita Roseli Borges de Araújo Gonçalves, o vereador Gilmar Celso Gonçalves, conhecido como "Gilmar da Obras", e outras quatro pessoas supostamente envolvidas no esquema.
Transferência de títulos e influência no resultado
A denúncia afirma que indígenas foram incentivados a transferir seus títulos para Brasnorte, mesmo residindo em municípios vizinhos como Juína, Comodoro e Sapezal. O número de transferências (107) foi considerado decisivo para a vitória do prefeito, que teve 4.634 votos válidos.
Na véspera da eleição, o transporte de eleitores indígenas foi interrompido pelo Exército após denúncias, mas, segundo o MPE, os eleitores ainda conseguiram votar usando veículos próprios abastecidos com combustível pago por aliados da chapa.
Defesa do prefeito
Nas redes sociais, Edelo Ferrari afirmou estar tranquilo e surpreso com a ação. “Passamos o caso para os nossos advogados que estão analisando o processo. Quem não deve, não teme”, declarou o prefeito.
Investigações paralelas
Em novembro, dois servidores públicos de Brasnorte foram alvos de uma operação da Polícia Federal que apura o aliciamento de eleitores indígenas e o fretamento de ônibus para transporte irregular. A PF acredita que os votos garantidos pelo esquema favoreceram diretamente a reeleição de Ferrari.
O caso segue em investigação e aguarda os próximos desdobramentos na Justiça Eleitoral.
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